sábado, 26 de dezembro de 2009

São 3:30 da manha do dia 20 de Fevereiro de 1977.
Uma mãe entra em trabalho de parto.
Grávida de gêmeos com a saúde abalada, essa mãe estava com doença
de chagas,a gravida dá a luz a personagem principal desse relato.
Bom, não posso dizer que ela deu a luz, acredito que tenha me cuspido.
Cuspido!! Isso mesmo, eu nasci com 1kl,
uma criança desse tamanho não nasce,
foge do ventre apenas com um espirro.
Pois bem, nasci.
Logo em seguida começa a segunda batalha.
Meu irmão gêmeo também quer conhecer o mundo.
Só que o esperto pesava pouco mais de 3.5 kl, era
como tirar uma melancia no mesmo buraco que um limão passou.
Pelo que minha mãe me conta, eu nasci de parto normal
e meu irmão de cesária.
Foi muito dolorido para a mulher que me gerou,
ver os filhos nascerem e saber que não os acompanhariam na sua trajetória.
Minha mãe biológica, que amo de paixão, contou-me assim:
- Filha, você não nasceu da barriga da mamãe, mas mamãe te ama viu.
Você veio para mamãe com um dia de vida, te peguei no hospital.
Então você é minha desde pequena viu!!!
Essa história foi a que eu acreditei até os meus 18 anos.
Quando fui pega de surpresa com uma nova história.
Curiosos por saberem?
Tudo terá seu tempo.

Uma coisa não mudou na história que me foi contada,
eu realmente era muito pequena,
nem parecia de verdade,
tinha tamanho de uma boneca meu bebe.
Nossa, minha mãe disse que me colocou em
uma caixa de sapato e me levou para casa!
AAFFFF, meio de transporte para a casa nova,
uma caixa de sapato, isso nem a mastercard tem, não tem preço. (risos)

Mas chegando em casa, minha mãe adotiva,
ligou para minha irmã Gina e contou:
- Gina, estou com uma nenem linda aqui em casa. Vem ver.

Essa minha irmã tinha acabado de se casar e 2 meses depois de minha
chegada ela ficou gravida de sua filha Ivana, minha sobrinha,
temos uma diferença de 11 meses de idade de uma para outra.

Bom, retornando, minha irmã chegou com o Voyage, (nossa esse
carro é antigo heim!!!) abarrotado de coisas.
Disse minha mãe que a Gina
nem cabia dentro do carro direito.
Levou banheira,
roupa, mamadeira, leite,
brinquedo, fralda, chupeta,
o enxoval inteiro.
Tudo das lojas americanas ou brasileiras viu...
Na época era o must!! (Risos)

Porém como eu era uma criança imensa,
nada me servia,tudo ficava grande.
A saída foi tirar as roupas das bonecas de minha
irmã Rosana, na época com 16 anos, e me colocar. Fralda???
Virava body, ia até o pescoço da ratinha.

E esse foi o meu primeiro momento que passei na minha nova família.

Aí vocês me perguntam?

E seu irmão? Onde foi? O que aconteceu?

Sobre o Rafael... meu irmão gêmeo...começo a contar dele no próximo post....

Bjos

Um comentário:

  1. Oi Porpettinha!

    Estou aqui e achando incrível essa experiência de ir acompanhando sua linda história na medida em que vai sendo composta.
    Faz bem ver a maneira que você encara as cosias, vai acrescentando ao prazer de lhe conhecer e vai crescendo um orgulho de estar de certa forma participando desta construção como leitor.

    As tiradinhas dão um clima descontraído. Por ex. Você bem que poderia chorar pitangas, mas preferiu usar limão e melancia.
    O fato de você ter ido para sua casa em uma caixa de sapatos é singular. O coração de sua é devastadoramente romântico. Mas, vejamos tudo que há por vir.

    O clima de suspense que deixa ao insinuar que há outra historia, outro gênesis de sua história foi demais, e no final usou novamente o suspense para falar do Rafael. Tenha certeza que quem leu voltará para saber mais.

    Abraço: Jefhcardoso.

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